quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

DENGUE: VOCÊ CONHECE?

A Dengue, também conhecida popularmente como “Febre de quebra ossos”, é uma doença infecciosa febril aguda, que pode se apresentar de forma benigna ou grave. Esse nível de gravidade depende de diversos fatores, tais como o vírus e a cepa envolvidos, possível infecção anterior pelo vírus da dengue e outros fatores individuais, como presença de doenças crônicas (diabetes, asma brônquica, anemia falciforme etc.).
Dengue é uma doença antiga, com ocorrências relatadas há mais de 200 anos. Já a febre hemorrágica da Dengue foi identificada pela primeira vez na década de 1950. Em 1977 a Dengue foi identificada pela primeira vez nas Américas, e na década de 1980 começaram a ser notificadas epidemias em vários países. Entre 2002 e 2006 foram notificados 1.894.013 casos de dengue no Brasil; Em 2005, as notificações representaram de 248.189 casos registrados e em 2006 ocorreram 345.922 outros casos. Existe ocorrência de casos de dengue em todas as regiões do país. Nos últimos 5 anos, jovens e adultos (entre 15 e 64 anos) são responsáveis por aproximadamente 79% do total de casos notificados, seguida pelos menores de 15 anos que representam 17% dos casos.

TRANSMISSÃO
O agente causador da Dengue é um “arbovírus” (vírus transmitido por artrópodes, como os mosquitos), com quatro sorotipos conhecidos: DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4. A transmissão ocorre por meio de da picada de fêmeas de mosquitos do gênero Aedes aegypti. Após se municiar com sangue infectado, o mosquito pode transmitir o vírus depois de 8 a 12 dias de incubação. Não há transmissão por contato direto de um paciente infectado ou de suas secreções com pessoa sadia, nem por intermédio de água ou alimento. O tempo de incubação (tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas) varia de 3 a 15 dias.
A transmissão do ser humano para o mosquito ocorre enquanto houver presença de vírus no sangue do ser humano (período de “viremia”). Este período começa um dia antes do aparecimento da febre e vai até o sexto dia da doença. No mosquito, após este “se contaminar” com sangue infectado, o vírus vai se localizar nas glândulas salivares da fêmea do mosquito, onde se multiplica depois de 8 a 12 dias de incubação. A partir deste momento, o mosquito é capaz de transmitir a doença e assim permanece até o final de sua vida (6 a 8 semanas).

DIAGNÓSTICO
·        Clínico (Sintomas principais): O doente pode apresentar sintomas como febre alta, dor de cabeça, dores pelo corpo, náuseas ou até mesmo não apresentar qualquer sintoma. A doença tem duração de 5 a 7 dias, podendo ser um período de grande debilidade física, e prolongar-se por várias semanas. Caso ocorra o aparecimento de manchas vermelhas na pele, sangramentos (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua e vômitos persistentes, estes sintomas podem indicar um sinal de alarme para dengue hemorrágica. Esse é um quadro grave que necessita de imediata atenção médica, pois pode ser fatal. É importante procurar orientação médica ao surgirem os primeiros sintomas, pois as manifestações iniciais podem ser confundidas com outras doenças, como febre amarela, malária ou leptospirose e não servem para indicar o grau de gravidade da doença.
·        Laboratorial (Exames): exames laboratoriais para o diagnóstico da Dengue envolvem o isolamento do agente causador ou métodos sorológicos que detectam a presença de anticorpos do tipo IgM (única amostra de soro) ou o aumento dos títulos de anticorpos do tipo IgG (conversão sorológica; amostras pareadas). Exames inespecíficos, tais como hematócrito e plaquetas, são os mais importantes para o diagnóstico e acompanhamento dos pacientes com manifestações hemorrágicas e para pacientes em situações especiais (gestantes, idosos, hipertensos, diabéticos, ou ainda indivíduos com asma brônquica, doença hematológica ou renal crônicas, doença severa do sistema cardiovascular, doença ácido-péptica ou doença autoimune).

TRATAMENTO
Na Dengue clássica o tratamento visa atenuar os sintomas (analgésicos e antipiréticos) e pode ser feito fora de ambientes hospitalares (na própria residência do paciente), com orientação para retorno ao serviço de saúde após 48 a 72 horas do início dos sintomas. Indica-se habitualmente hidratação oral com aumento da ingestão de água, sucos, chás, soros caseiros etc. Não devem ser utilizados medicamentos com derivados do ácido acetilsalicílico e anti-inflamatórios, pois podem aumentar o risco de hemorragias. 
Na febre hemorrágica da dengue inicialmente o quadro clínico é o mesmo da dengue clássica. Quando surgem os sinais da febre hemorrágica da dengue, como dor abdominal intensa e desconforto respiratório, a conduta frente ao paciente depende dos sinais clínicos e evolução da hemoconcentração. 

PREVENÇÃO
A melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, que são os locais ideais para a criação do mosquito transmissor da doença.
A dengue é uma doença cujo período de maior transmissão ocorre no verão, em razão dos fatores climáticos favoráveis para a proliferação de seu vetor, o Aedes aegypti. Para quem vai viajar e deixar a casa fechada nesse período é importante não deixar nenhuma oportunidade para o vetor proliferar, por exemplo, removendo água dos vasos de planta, deixando a caixa d´água devidamente coberta, retirando a água de grandes reservatórios (como as piscinas) e removendo do ambiente todo material que possa acumular água (garrafas pet, latas, pneus). 
Em caso de viagens para áreas de risco da dengue, é importante hospedar-se em locais que disponham de ar-condicionado ou telas de proteção nas portas e janelas, além de mosquiteiros. Recomenda-se também a adoção de medidas de proteção individual para reduzir o risco de infecção tais como: o uso de calças compridas, meias e sapatos fechados. Durante a viagem é preciso estar atento ao surgimento de alguns dos sintomas da doença. Caso ocorra, deve-se procurar orientação médica.
Existem diversas vacinas para dengue em desenvolvimento, mas nenhuma se encontra em fase de utilização populacional. Por isso, medidas de prevenção quanto à proliferação do mosquito transmissor e ações de proteção individual são essenciais para evitar novos casos de Dengue.

Referência: Sociedade Brasileira de Infectologia, Jan/2015.


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