terça-feira, 26 de julho de 2011

::: Pílula deve ser tomada no mesmo horário e não protege contra DST :::

Do G1, em São Paulo



Há 50 anos, a pílula anticoncepcional chegava ao mercado para provocar uma revolução sexual. Com ela, as mulheres se sentiram mais seguras para fazer sexo sem se preocupar com uma possível gravidez
Mas, mesmo depois de tanto tempo, ainda surgem dúvidas sobre o uso correto desse contraceptivo, quais efeitos ele tem sobre o corpo, se há contraindicações e o que ocorre quando se esquece de tomá-lo.

Para responder a todas essas perguntas, e também falar sobre ciclo menstrual, pílula do dia seguinte e métodos alternativos, o Bem Estar desta terça-feira (26) convidou o ginecologista e consultor José Bento.
Segundo uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 46% dos nascimentos no país não são planejados. E o que a pílula faz é “enganar” o funcionamento do corpo, simulando uma gravidez por meio de hormônios.


José Bento disse que a pílula deve começar a ser tomada, pela primeira vez, no primeiro dia da menstruação, e já faz efeito a partir daí. Entre a população feminina geral, menos de 10% apresentam efeitos colaterais por causa do comprimido, que também evita endometriose, cistos e câncer no ovário, miomas e infecções genitais, além de melhorar a pele, o cabelo e o inchaço dessa fase. Já antibióticos, atidepressivos e remédios para convulsão podem prejudicar a absorção dos hormônios da pílula.

Caso a mulher não se adapte ao anticoncepcional, pode escolher outros métodos. Porém, a tabelinha, o coito interrompido e a análise do muco cervical não são considerados seguros. Camisinha, dispositivo intrauterino (DIU), anticoncepcionais injetáveis ou adesivos podem ser opções.
De acordo com o especialista, o tipo injetável condensa uma cartela inteira em uma única ampola – e o conteúdo é liberado todo dia um pouco. Um problema dessa técnica pode ser uma maior irregularidade menstrual.

A pílula do dia seguinte, destacou José Bento, só deve ser usada em casos de emergência, como estupro e camisinha estourada. A recomendação é tomá-la até 72 horas após o ato sexual, e a proteção chega a 95%.

Ciclo menstrual

O ciclo da mulher é determinado por dois hormônios produzidos na glândula hipófise e nos ovários, que têm milhares de óvulos armazenados em folículos.

Nos primeiros dias, durante a menstruação, a hipófise libera o hormônio FSH, que estimula os folículos a crescerem e amadurecerem.

Um desses folículos se destaca e libera estrogênio, que induz a hipófise a secretar outro hormônio, o LH, responsável por liberar – lá pelo 14º dia – o óvulo, que começa a descer pela trompa em direção ao útero.
Após a ovulação, a progesterona faz com que o útero fique ainda mais espesso e aveludado, aguardando a chegada do óvulo, o que pode ocorrer próximo do vigésimo dia.
É nessa época que, se fecundado por um espermatozoide, o óvulo se fixa no útero. Caso isso não ocorra, o corpo o absorve e, então, desce a menstruação, resultado desse revestimento do endométrio (mucosa da parede uterina).
Dicas para tomar a pílula corretamente

- Tenha disciplina: ingira o comprimido todo dia no mesmo horário

- Coloque o celular para despertar

- Associe esse hábito a uma rotina, como tomar água ou abrir uma gaveta do guarda-roupa

- Tenha duas cartelas, uma em casa e outra na bolsa, para tomar sempre na mesma hora
É bom lembrar que esquecer a pílula um único dia já quebra todo o mecanismo de proteção contra a gravidez. Se você não lembrou num dia, tem até 12 horas para tomar. E, quanto maior o esquecimento, maior o risco.
Junto com a pílula, use sempre camisinha, que é a dupla proteção contra gravidez e doenças sexualmente transmissíveis (DST) recomendada pelo Ministério da Saúde. Sozinho, o anticoncepcional não protege contra DSTs.
O homem também deve se preocupar com os métodos contraceptivos. Portanto, perguntar para a parceira se ela toma pílula não é risco de perdê-la, pelo contrário: é uma forma de valorizar a relação.

domingo, 24 de julho de 2011

::: Chip consegue sequenciar genoma mais rápido e com custo menor :::



Ghanem Laboratório Clínico
Paixão por Saúde

Mapear a sequência do genoma de uma está cada vez mais rápido e pode ser feito por aparelhos cada vez menores. A última novidade é um aparelho bem pequeno, que utiliza a tecnologia de semicondutores para desenvolver técnicas mais velozes com custos mais baixos.


Como o aparelho lembra um chip, a desenvolvedora Ion Torrent escolheu um ícone da computação para ser o primeiro a ter o genoma mapeado: Gordon Moore, cofundador da Intel, empresa fabricante de chips de computador.

O Ion Personal Genome Machine (PGM), como é chamado o aparelho, custa hoje US$ 49,5 mil, e o objetivo final é desenvolver um dispositivo que custe US$ 1 mil. Além de providenciar um rascunho do genoma de Moore, ele é capaz de mapear o genoma de uma bactéria em apenas duas horas – o PGM foi o responsável pelo mapeamento da Escherichia coli no recente surto que atingiu a Alemanha, por exemplo.


“É um salto quântico em termos do tempo que é gasto para se fazer uma experiência”, comentou Stephan Schuster, biólogo molecular da Universidade do Estado da Pensilvânia, nos EUA, e não participou do desenvolvimento do projeto.


Contudo, é necessário que a tecnologia se torne mais precisa, e não apenas barata, para que possa ter aplicação prática, apontou outro especialista independente, Stephen Chanock, do Instituto Nacional do Câncer dos EUA. Nesse sentido, máquinas maiores e mais caras ainda se mostram mais eficientes.

Funcionamento

A diferença do PGM para os aparelhos mais antigos está na tecnologia usa para identificar as bases de nucleotídeos no DNA.

Quando o genoma humano foi mapeado pela primeira vez, o método de sequenciamento era trabalhoso. Envolvia fazer fitas complementares de DNA para copiar a amostra original e, em seguida, organizar os fragmentos por tamanho e determinar a sequência da fita original.

"Criamos um banco de dados que literalmente vê a química" diz Jonathan Rothberg, chefe executivo da Ion Torrent

Mais recentemente, foram desenvolvidas novas técnicas, que usam marcadores fluorescentes para identificar os nucleotídeos individualmente, mas esses reagentes são muito caros.

A técnica da Ion Torrent usa nucleotídeos naturais, mais baratos, e consegue perceber os íons de hidrogênio e incorporar os nucleotídeos ao DNA complementar. “Criamos um banco de dados que literalmente vê a química”, afirmou o biólogo molecular Jonathan Rothberg, chefe executivo da empresa.

No sequenciamento do genoma de Moore, foram usados mil chips de íon trabalhando simultaneamente – um total de um bilhão de sensores. A companhia anunciou que já está testando chips com maior capacidade, para reduzir ainda mais os custos.