sexta-feira, 7 de maio de 2010

Efeitos da fumaça sobre a saúde da criança



Se a mãe fuma depois que o bebê nasce, este sofre imediatamente os efeitos do cigarro.

Durante o aleitamento, a criança recebe nicotina através do leite materno, podendo ocorrer intoxicação em função da nicotina (agitação, vômitos, diarréia e taquicardia), principalmente em mães fumantes de 20 ou mais cigarros por dia.

Em recém-nascidos, filhos de mães fumantes de 40 a 60 cigarros por dia, observou-se acidentes mais graves como palidez, cianose, taquicardia e crises de parada respiratória, logo após a mamada.

Estudos mostram que crianças com sete anos de idade nascidas de mães que fumaram 10 ou mais cigarros por dia durante a gestação, apresentam atraso no aprendizado quando comparadas a outras crianças: observou-se atraso de três meses para a habilidade geral, de quatro meses para a leitura e cinco meses para a matemática.

Em crianças de zero a um ano de idade que vivem com fumantes, há uma maior prevalência de problemas respiratórios (bronquite, pneumonia, bronquiolite) em relação àquelas cujos familiares não fumam. Além disso, quanto maior o número de fumantes no domicílio, maior o percentual de infecções respiratórias, chegando a 50% nas crianças que vivem com mais de dois fumantes em casa.

É, portanto, fundamental que os adultos não fumem em locais onde haja crianças, para que não sejam transformadas em fumantes passivos.

MINISTERIO DA SAÚDE. Instituto Nacional de Câncer/Fundação Getúlio Vargas. Cigarro Brasileiro. Análises e Propostas para Redução do Consumo. Rio de Janeiro, 2000.

Falha no organismo protege contra HIV

Uma mutação genética que pode causar doenças autoimunes como o diabetes tipo 1 confere a seus portadores inusitada vantagem: seus organismos passam a combater o HIV.

Cientistas acabam de revelar o mecanismo por trás desse fenômeno, abrindo um nova frente na tentativa de criar uma vacina contra a Aids.

A descoberta, descrita em estudo na revista “Nature”, é fruto de um trabalho conduzido por cientistas da Universidade Harvard e do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts).

O grupo descreve como usou uma ampla estratégia, que incluiu simulação do sistema imunológico por computador e testes genéticos em pacientes, para obter seus resultados.

A mutação estudada pelos cientistas é identificada pela sigla HLA B57. Ela faz com que os linfócitos, células de defesa do sangue, atuem de forma mais abrangente. Eles são capazes de capturar vírus que sofreram mudanças e poderiam passar despercebidos pelo sistema imune.

A vantagem da mutação por si só já era conhecida. Mas, sem saber seu mecanismo de ação, os cientistas não tinham como tentar fazer uma vacina que imitasse essa estratégia. No novo estudo, porém, pesquisadores mostram como a HLA B57 induz a produção de linfócitos que reconhecem e atacam até mesmo o HIV “disfarçado”.

O truque para o linfócito com a mutação reconhecer o HIV é que, em vez de fazer a busca usando um conjunto grande de características do vírus, ele o identifica usando só um pequeno pedaço das proteínas que o recobrem -um peptídeo.

Ao simplificar o processo, o sistema imune corre o risco de atacar células do próprio organismo, causando doenças. Mas, em compensação, ele não deixa de atacar o HIV porque o vírus mudou só um pedaço de sua enorme casca de proteínas.

Normalmente, linfócitos que agem como policiais “paranoicos” – enxergando o rosto do suspeito em toda molécula que encontra- são destruídos pelo organismo. Nos pacientes com a HLA B57, porém, eles são livres para agir, porque não saem à caça dos vírus carregando uma lista grande de características, evitando um pouco o excesso de ataques a “inocentes”.

Prova de fogo – Para saber se a teoria estava correta, cientistas fizeram testes de DNA em pacientes portadores de genes com características similares ao HLA B57.

Neste grupo, aqueles que haviam contraído o HIV de fato dificilmente desenvolviam a doença. Quase 2.000 pessoas foram avaliadas no trabalho.

Segundo Bruce Walker, um dos líderes do estudo, a descoberta levou tempo porque necessitou que um grande conhecimento sobre a estratégia de ação do vírus se acumulasse.

“O HIV está se revelando aos poucos”, disse, em comunicado à imprensa. “Isso é mais um ponto a favor da luta contra o vírus, mas ainda temos um longo caminho pela frente.”

O trabalho dos cientistas recebeu um elogio público de David Baltimore, Prêmio Nobel de Medicina de 1975, que hoje estuda HIV e imunologia.

“Esse é um estudo notável porque parte de uma observação clínica, integra-a a observações experimentais, gera um modelo [hipótese] validável e deriva deste um profundo entendimento sobre o o comportamento do sistema imune humano”, escreveu o cientista. (Fonte: Folha Online)







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terça-feira, 4 de maio de 2010

USP desenvolve método simples e rápido para diagnosticar dengue

Um novo método para diagnosticar a dengue evita a retirada de sangue para exame laboratorial e acelera o diagnóstico, detectando o vírus na saliva. A técnica é testada na rede pública de saúde de Ribeirão Preto, interior de São Paulo.

O avanço resulta do trabalho de pesquisadores da USP, que descobriram novo uso para um equipamento importado que faz diagnóstico da nova gripe. Ele identifica o vírus influenza A (H1N1) na saliva, sangue ou urina e mostra na tela do computador a carga da infecção. Mas também funciona perfeitamente no diagnóstico da dengue, só com saliva. “Acreditamos que, em breve, já poderá ser implementado caso o sistema de saúde requeira nossos serviços”, estima Hugo de Aquino, professor da USP.

Quando um mosquito pica uma pessoa, o vírus entra na corrente sanguínea, busca uma célula, se multiplica e rapidamente se espalha pelo corpo. Mas a ação dos anticorpos só vai ocorrer entre o sete e dez dias depois de a pessoa ficar doente.

O exame mais comum para o diagnóstico da dengue precisa de uma amostra de sangue para ser analisada em laboratório. O resultado pode demorar até dez dias. “Antes disso, a produção vai ser muito baixa, o teste não vai detectar e pode dar um resultado falso negativo”, explica a bioquímica Regina Camossato.

No método novo, o vírus é identificado na saliva e não é preciso esperar pela reação dos anticorpos no sangue do paciente.

O novo método de diagnóstico pode ser um reforço na luta que muitas cidades brasileiras travam contra a epidemia de dengue. Como o vírus é detectado logo depois de a pessoa ser contaminada, é possível começar o tratamento mais cedo.

O resultado do exame pode sair em menos de três horas. “Tendo certeza daquele caso, você pode intervir mais precocemente e ficar mais atento às situações de risco a que a dengue expõe o paciente”, diz o pediatra Paulo Muccilo.



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