terça-feira, 3 de setembro de 2013

::: Intolerância à lactose atinge até 70% dos adultos brasileiros :::

Doença ocorre por deficiência ou ausência de enzima que quebra o leite.
Problema pode ser congênito ou surgir com o processo de envelhecimento.

Um simples copo de leite ou um pedaço de queijo pode fazer mal para quem tem intolerância à lactose. A pessoa sente náusea, gases, inchaço, diarreia e assadura na região anal.
Segundo dados brasileiros, 70% dos adultos têm algum desses sintomas após consumir leite de vaca ou derivados. Em países como Japão e alguns do continente africano, praticamente todos os habitantes com mais de 80 anos têm algum grau de intolerância.
A doença ocorre porque o indivíduo nasce sem uma enzima que quebra a lactose, o açúcar do leite, ou porque deixa de produzi-la ao longo da vida, seja pelo envelhecimento ou por lesões no intestino.
A gravidade dos sinais, que podem aparecer logo após a ingestão de leite ou depois de horas, depende da quantidade de alimento e de quanta lactose cada pessoa é capaz de suportar.

Segundo o gastroenterologista Flavio Steinwurz e a nutricionista Camila Diniz, qualquer alimento que contém lactose pode fazer mal, como leite de vaca ou cabra, queijo branco, manteiga, margarina, requeijão, iogurte, pudim, bolo, creme de leite, leite condensado, biscoito ao leite, pão de leite, pizza de muçarela e a maioria dos adoçantes em pó.
Em geral, iogurtes podem ser mais bem tolerados que o leite, porque parte do açúcar é fermentada. Porém, a maioria dos iogurtes, especialmente os de consistência firme ou cremosa, contêm leite em pó e/ou soro de leite, para melhorar a textura. Além disso, alguns iogurtes apresentam o mesmo percentual de lactose que o leite de vaca: cerca de 5%.
De acordo com o Conselho Nacional de Laticínios dos EUA (NDC, na sigla em inglês), as muçarelas de búfala e cabra contêm 2% de lactose, menos da metade do teor de um copo de leite ou iogurte. Dependo do grau de intolerância do paciente, esses queijos podem ser substitutos na dieta.
Para não ficar em dúvida, leia sempre o rótulo e verifique se o produto inclui lactose na formulação. Remédios também podem incluir lactose – por isso, veja a bula.


Diagnóstico
É feito por dois testes. No primeiro, que é feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o paciente recebe uma dose de lactose em jejum e, depois de algumas horas, são colhidas amostras de sangue que indicam os níveis de glicose. Se não houver alteração, a pessoa é intolerante à lactose.
Há também um exame respiratório que custa cerca de R$ 120 e monitora a quantidade de hidrogênio nos gases exalados após a ingestão da lactose.
É importante não confundir a intolerância à lactose com outras doenças ou disfunções que podem causar quadro similar.
São elas:
- Alergia à proteína do leite (caseína)
- Síndrome do intestino irritável
- Doença celíaca
- Doença de Crohn
- Colite ulcerativa
- Alergias alimentares
- Endometriose
Para quem estiver com suspeita de intolerância à lactose e quiser fazer um teste em casa, basta retirar da alimentação os leites e derivados durante uma semana. Se o desconforto sumir, pode estar aí o motivo.
Tratamento
Não há tratamento para aumentar a capacidade de produzir lactase, mas os sintomas podem ser controlados por meio de dieta e medicamentos.
O que evitar
- Leite de vaca
- Leite de cabra
- Queijo fresco
- Manteiga
- Requeijão
- Creme de leite
- Iogurtes (costumam ser mais bem tolerados que o leite)
- Bolachas, bolos e pudins
- Adoçantes em pó


Opções de leite e derivados para intolerantes
- Leite com baixa lactose
- Leite de soja
- Leite de arroz
- Queijos brie, camembert, roquefort, cheddar, parmesão, prato e emmental (são mais gordurosos e calóricos que os brancos)
Outros alimentos sem lactose
- Pão francês
- Presunto
- Geleia
- Adoçante em gotas
- Café
- Maionese
- Azeite
- Salada de frutas
Importância do cálcio
O leite e seus derivados são ricos em proteínas, vitaminas e a principal fonte de cálcio da alimentação, nutriente fundamental – junto com a vitamina D – para a formação e a manutenção da massa óssea.
Tomar de dois a três copos de leite por dia contribui para um adulto atingir suas recomendações de cálcio. O iogurte também pode ser uma opção para garantir esse fornecimento. Crianças, adolescentes, grávidas e idosos devem consumir mais leite e derivados que as demais pessoas.
É recomendável, porém, que o leite não seja ingerido durante as refeições principais (almoço e jantar), pois o cálcio pode atrapalhar a absorção do ferro de origem vegetal, e vice-versa. Uma xícara de espinafre fornece aproximadamente 25% das necessidades diárias.
O gergelim é outra fonte de cálcio, tanto o torrado quanto o branco, apesar de este ser digerido com mais facilidade. Duas colheres de sopa por dia correspondem a um copo de leite.
Recomendação diária de cálcio
Crianças (0-8 anos): 200 a 800 mg
Crianças/adolescentes (9-18 anos): 1.300 mg
Adultos (19-50 anos): 1.000 mg
Adultos (mais de 50 anos): 1.200 mg
Gestantes e lactantes: 1.000 a 1.300 mg

Alimentos ricos em cálcio

- Feijão
- Ovos
- Couve, brócolis, espinafre e verduras escuras em geral
- Repolho, nabo, figo, uva passa, cenoura e laranja
- Amêndoas e nozes
- Gergelim
- Queijo de soja (tofu)
- Sardinha, marisco e algas

Alimentos que interferem na absorção de cálcio
- Produtos com excesso de sódio, como os industrializados, embutidos e enlatados
- Itens ricos em fitatos: farelo de trigo e alguns cereais
- Alimentos ricos em xantinas: café, chá preto e chá mate.
Fonte: g1.globo.com/bemestar
Ghanem Laboratório
Paixão por SUA saúde!!!