Pode parecer algo pouco comum e até mesmo estranho para alguns, mas você costuma reparar na coloração da sua urina? Saiba que ela pode indicar que há algo de errado com o seu organismo, segundo o médico e doutor em patologia clínica Adagmar Andriolo.
"A intensidade da cor amarela depende muito do grau de hidratação. Dessa forma, mesmo em condições normais, podemos produzir urinas mais ou menos coradas, mas sempre com a tonalidade amarela", explica Andriolo.
Porém, a hidratação não é o único aspecto que pode alterar a cor da urina, já que a ingestão de medicamentos como antissépticos urinários, vitaminas e aditivos alimentares também interfere. Desta forma, é possível notar colorações diferentes como amarelo vivo, verde, azul e até mesmo rosada, que pode indicar a presença de sangue.
"Cor âmbar escuro sugere a presença de urobilina ou bilirrubina em concentrações acima das habituais, como acontece nas hepatites. Urinas marrom-escuras são vistas quando algumas substâncias do tipo das porfirinas, melanina ou ácido homogentísico estão presentes e, neste caso, sugerem a existência de alguma doença", alerta o médico.
Para se chegar até o resultado, o exame de urina é constituído por três fases: a análise física, que compreende a observação do aspecto, cor e densidade; a análise química, que inclui a determinação do pH, pesquisa e dosagem de proteínas e glicose, além de corpos cetônicos, bilirrubinas e urobilinogênio; e análise de sedimento, que tem a finalidade de detectar e quantificar alguns elementos figurados como células epiteliais, leucócitos, hemácias, bactérias e fungos.
Curiosidades
Você já notou que, ao ingerir bebida alcoólica em quantidades maiores, a nossa urina passa a assumir uma coloração mais clara? De acordo com Andriolo, o fato deve-se ao efeito diurético da bebida, que causa um aumento no volume e influencia na quantidade de urocromo, o pigmento responsável por dar a coloração.
Dr. Adagmar Andriolo é graduado em Medicina e mestre em Imunologia pela Escola Paulista de Medicina. Doutor em Patologia Clínica pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, atualmente é Professor Adjunto, Livre-Docente da Escola Paulista de Medicina – UNIFESP e Assessor Médico de Dhomo – Consultoria Diagnóstica de Referência.