segunda-feira, 14 de maio de 2012

::: Atividade física é bom dos 8 aos 80 anos :::



Quem se exercita regularmente tem um corpo mais saudá­vel, um sono mais tranquilo e maior disposição durante o dia – tanto física quanto mental. Os músculos e os ossos se fortalecem, o organismo fica mais protegido de proble­mas crônicos como diabetes, colesterol alto e hipertensão, e até mesmo as emoções se equilibram, em virtude da liberação em nosso organismo de substâncias que regulam o humor e a sensação de bem-estar. Afinal, estar vivo é estar em movimento – desde o nasci­mento até a velhice. E manter-se em movimento é um desafio praze­roso em uma sociedade que cada vez mais substitui pernas e braços por automóveis e equipamentos eletrônicos. Da brincadeira infantil aos exercícios orientados nas academias, existem atividades físicas para todos os corpos, gostos, bol­sos e personalidades – caminhar na rua até a pada­ria em vez de pegar o carro já é um ótimo exercício e não custa nada. O importante é procurar algo de que se goste e fazê-lo sempre com prazer e vontade.
“Exercícios podem ser iniciados em qualquer fase da vida”, resume o médico do esporte, Páblius Staduto Braga Silva. A ressalva, segundo ele, é nunca abusar do corpo, respeitar o próprio ritmo e sempre procurar orientação profissional em caso de dúvidas. Exageros podem causar dores e até lesões mais sérias. “Toda atividade física benfeita é benéfica para a saúde”, enfatiza ele. Além disso, há outros aspectos positivos associados à ativida­de física: na infância, jogos em grupo estimulam a socialização; na vida adulta o exercício ajuda a lidar melhor com as cobranças e tensões; e na maturi­dade o movimento permite uma qualidade de vida melhor, com muito mais autonomia.
E, para quem sempre encontra uma desculpa para não fazer a matrícula na academia ou adia o início do exercício sempre para as próximas se­gundas-feiras, o médico deixa a dica: comece aos poucos e inclua os exercícios em sua rotina. Troque o elevador de casa ou do escritório pelas escadas, deixe o carro na garagem para ir até o supermer­cado, chame seu filho para jogar bola no quintal ou na quadra do prédio, leve o cachorro para passear, alongue o corpo no fim do dia depois do trabalho. Quando estiver na praia, caminhe na areia em vez de passar o dia deitado sob o guarda-sol. Aos sába­dos, vá até o parque mais próximo dar uma volta. Ande um quarteirão a mais a cada semana.
“O exercício tem de fazer parte do dia a dia de modo positivo. Se eu me movimentar hoje, vou chegar em casa bem. Vou chegar melhor do que se não tivesse me movimentado. E, se eu repetir isso, a chance de não ter nenhum problema crônico em 20 anos aumenta bastante”, afirma Silva.

Exercícios na infância

Na infância, a demanda do corpo por movimento é enorme – e quanto mais estimulado, mais ele fará. É a época das brincadeiras, dos jogos, em que o lúdico se associa ao movimento do corpo, sem cobranças, regras ou exigências. Resistência, força, desenvolvi­mento motor, equilíbrio e flexibilidade virão junto com a liberdade de movimento. “A infância está li­gada à brincadeira e à curiosidade. Não pode existir uma exigência em termos de exercício. A infância é o terreno onde se prepara um adulto mais ativo”, afirma José Kawazoe Lazzoli, presidente da Socieda­de Brasileira de Medicina do Esporte.
Os primeiros anos de vida são propícios para jogar bola em casa, ir ao parque com a família, correr, andar de bicicleta. “Isso é muito importante porque o ponto de refe­rência das crianças são os pais – eles é que podem limitar ou estimular o movimento. Se os pais são ativos, as crianças tendem a se interessar mais”, complementa Silva.
Outro ponto importante é a socialização. Quan­do uma criança brinca ou joga em grupo, ela divide funções e espaços. Quando nada, perde o medo da água e se diverte com outros amigos. Mas, quando chega a idade de começar as matrículas nas escoli­nhas, de futebol, tênis ou outros esportes, por volta dos 6 ou 7 anos, é relevante manter o bom sen­so e não sobrecarregá-la. “O importante é quanto tempo o exercício vai demandar na vida da criança – se ela começa a ter a obrigação de ir, pode ficar sobrecarregada. Tem coisas que na própria esco­la ela já faz” alerta Silva.
O aviso tem um motivo bem claro. “Temos visto um aumento no núme­ro de lesões em crianças por excesso de esporte. Lesões nos joelhos, nos ombros e nos tornozelos podem ocorrer em crianças que estão sobrecarre­gadas”, explica Jader Silva, radiologista especialista em imagem.


Exercícios na adolescência

Com a mudança dos interesses, uma vida social mais intensa e as demandas crescentes da escola, a adolescência é um período no qual a atividade física tende a diminuir. Por mais que a criança goste de se movimentar, quando se torna adolescente, passa a lidar com outros estímulos e compromissos. A sugestão, então, é vincular a atividade física a pro­gramas sociais, mantendo a atratividade. “No fim de semana, eles podem fazer uma caminhada em uma trilha; no outro, nadar; no outro, sair para pe­dalar – tudo em grupo, com família ou amigos”, aconselha Silva. É interessante também conversar com o adolescente para ver suas aptidões e gostos – é a idade para começar a entender as regras dos esportes e, caso seja adequado, competir. “O im­portante é manter a motivação, seja estimulando um pouco a competição, seja propondo momentos agradáveis. Também não é o momento de sobre­carregar nem atrapalhar a atividade social do ado­lescente”, completa Lazzoli.
Os especialistas explicam que a musculação na academia pode ser permitida a partir dos 15 anos, mas deve ser feita em grupos da mesma idade, e com uma orientação especial para a faixa etária, explorando a flexibilidade, a força e a capacidade cardiorrespiratória – eles não podem fazer as mes­mas séries que os adultos, por exemplo, porque ainda não estão com toda a musculatura desenvol­vida da mesma maneira.

Exercício para adultos

Com as energias voltadas para a carreira, o traba­lho e a família, os adultos precisam usar a ativida­de física como complemento na rotina. Nessa fase, segundo especialistas, há muito de dois extremos: ou as pessoas são sedentárias ou obcecadas pela boa forma física. “É importante procurar uma atividade esportiva para, no mínimo, relaxar”, alerta Silva. Ele explica que a rotina de trabalho das pessoas exige demais do corpo e da mente – ficar sentado por 10 horas no escritório estimula demais alguns múscu­los e inativa outros.
Quem não tem nenhum hábito de se exer­citar pode começar, por exemplo, com o pro­grama de contagem de passos com pedômetro – ele é colocado no corpo pela manhã, como um aparelho de mp3, e desligado apenas à noi­te. O objetivo é saber quantos passos a pessoa deu no dia. “O ideal é dar 10 mil passos por dia. Pode-se, com isso, criar uma meta dentro da própria rotina”, afirma Silva.
"Para os adultos, a atividade física deve ser um bom complemento à rotina. A atividade deve servir para, pelo menos, relaxar"
Nessa faixa de idade as lesões por excessos são muito comuns. A pessoa trabalha dez horas por dia e treina outras três. O gasto é tamanho que o corpo não consegue relaxar e voltar ao normal”, comple­menta Lazzoli. Por isso, é importante procurar um especialista antes de aumentar a carga de treino, dobrar os quilômetros da corrida ou nadar mais mil metros. Atividade física é benéfica, mas nada em exagero é saudável.

Exercícios na maturidade

Com o amadurecimento, torna-se muito impor­tante ganhar força muscular, para combater o de­clínio funcional natural que acontece com o pas­sar dos anos. “Os músculos ficam mais fracos e as respostas já não são tão boas. Entretanto, se você estimulá-los, isso vai ser suficiente para manter-se bem e saudável”, afirma Silva. Musculação é fundamental nessa faixa etária, para manter os músculos fortes e estimular os ossos, mas preci­sa ser adequada à capacidade de cada indivíduo e acompanhada por profissionais capacitados. “Em idades mais avançadas, é preciso evitar as quedas, manter os passos e o equilíbrio. Se a pessoa faz exercício, mantém a autonomia e aumenta a au­toestima”, revela o médico. Além disso, os exer­cícios ajudam a prevenir e controlar problemas como hipertensão, diabetes e colesterol elevado.



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