sexta-feira, 21 de junho de 2013

::: Hemograma para Gestantes :::


Müller, Ketrin Goetz.

Bioquímica Hematologista l Ghanem Laboratório Clínico


A partir de agora, nosso laboratório realizará Hemogramas específicos para as Gestantes
O comportamento hematológico do organismo da mulher grávida frente ao desenvolvimento do feto modifica o perfil do hemograma da gestante. Durante a gestação, pode ocorrer hemodiluição, caracterizado por um aumento do volume plasmático em relação ao volume eritrocitário devido à formação da placenta e ao rápido desenvolvimento do feto. A partir do 6ª semana de gestação há um aumento progressivo da volemia plasmática, que chega a 30-40% em torno do 20ª semana e estaciona no 28ª semana. A massa eritróide também aumenta, mas apenas 10 a 20%, o que resulta na diminuição das cifras hematimétricas (eritrócitos, hemoglobina e hematócrito). Este processo é fisiológico na gestação, sendo caracterizado como pseudonanemia da gravidez1, 2, 3, 4.  



O leucograma também pode alterar-se muito e de modo variável na gravidez, devido a uma resposta inespecífica das células da série leucocitária, porém, favorável ao desenvolvimento seguro do feto, protegendo-o durante todo o período. Há neutrofilia, de mínima a considerável, com ou sem presença de bastões. A neutrofilia continuada pode causar aparição de granulações tóxicas, até de corpos de Döhle, pelo encurtamento do prazo de maturação entre promielócitos e granulócitos maduros na medula, tudo isso sem significado patológico. A presença de 1 a 4% de mielócitos e/ou metamielócitos é usual e normal. Por este motivo, alguns laboratórios têm o hábito de não anotá-los quando vistos na fórmula ao microscópio1,5,6.

A contagem de plaquetas tende a diminuir 10 a 30%, sendo irrelevante e assintomática1.

Todas estas alterações, mesmo sendo fisiológicas na gravidez, podem se tornar um desafio ao médico obstetra, pois, muitas vezes, é difícil distinguir entre o que é hemodiluição e o que é anemia real, desencadeada pela gravidez ou preexistente. Em mulheres que normalmente têm hemoglobina entre 11 e 12g/dL, durante a gestação a hemoglobina pode cair fisiologicamente abaixo de 10g/dL. O VCM aumenta de 2 a 4 fL, pode haver esferócitos, policromatofiia e reticulocitose leves que são responsáveis pelo aumento da massa eritróide. Deste modo, torna-se importante, se possível, conhecer os valores normais da mulher não grávida, e após a gravidez, utilizar como base valores referenciais de hemograma para gestantes. O Ghanem Laboratório Clínico agora disponibiliza os valores referencias do hemograma para o 1o., 2o. e 3o. trimestre da gestação, sendo necessário apenas informar a idade gestacional no momento do cadastro. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. FAILACE, R. Hemograma: manual de interpretação. 3.ed. Porto Alegre, Artes Médicas, 1995.
2. HANGAI, M. M. et. Al. Estudos dos Parâmetros Laboratoriais do Hemograma de Gestantes, Através da Comparação com o Hemograma de Pacientes Não-Gestantes, no Município de São José, na Grande Florianópolis. LAES & HAES, São Paulo, n. 143, p.116-38, jun.-jul. 2003.
3. SOUZA, A. I.; FILHO M. B.; FERREIRA L. O. C. Alterações Hematológicas e Gravidez. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, v. 24, n. 1, p. 29-36. 2002.
4. BAKER, W. F. Hematologic problems in obstetrics, pregnancy, and gynecology. Hematology/ Oncology Clinics of North America. Los Angeles, v. 14, n. 5, p. 1061-77, oct. 2000.
5. Bain BJ. Células Sanguíneas: Um guia prático. 4ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.
6. Oliveira RAG. Hemograma como fazer e interpretar. São Paulo: Livraria Média Paulista Editora, 2007.
  
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