sexta-feira, 13 de abril de 2012

::: GESTAÇÃO NA MATURIDADE :::



 
 
As brasileiras engravidam menos e em idade cada vez mais avançada. Será que a gravidez tardia é diferente?

Seja para priorizar a carreira, alcançar estabilidade financeira ou aproveitar melhor a... vida sem filhos, as mulheres têm adiado a realização do sonho da maternidade. Nos anos 1970, apenas uma em cada 20 grávidas que davam entrada no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) tinha mais de 35 anos de idade. Dados do IBGE mostram que, nas últimas décadas, a brasileira tem engravidado menos e mais tarde. 

 Hoje, de cada seis gestantes atendidas no HCFMUSP, uma tem mais de 35 anos. Na teoria, a sequência de transformações depois da fecundação do óvulo é a mesma para praticamente todas as mulheres: a barriga cresce, as mamas dobram de tamanho e, nove meses depois, um bebê saudável e cheio de vida nasce para alegrar a vida familiar. Mas, na prática, a gravidez de uma mulher de 35 anos exige atenção redobrada dos médicos. Depois dessa idade, o organismo feminino durante a gravidez fica sujeito a complicações menos frequentes em mulheres mais jovens.
Segundo Rosiane Mattar, obstetra e professora livre-docente do Departamento de Obstetrícia da Unifesp, diabetes, hipertensão e obesidade são mais comuns em gestantes que engravidam mais tardiamente, assim como é maior o risco de que o bebê apresente alterações cromossômicas, como a síndrome de Down. Entre mães com 20 anos, o risco de gerar um bebê com síndrome de Down é de um em 1.734 gestações. Aos 25 anos, um a cada 1.250 gestações. Aos 35 anos, esse número cai para 1 bebê para 386 gestações. “Para mães de 40 anos, a probabilidade sobre para um em cem”, afirma Rosiane.
 
Segundo Mario Burlacchini, médico, nas gestações tardias também aumenta a incidência de malformações renais, cardíacas e do sistema nervoso central do feto, assim como de abortamentos precoces. “O risco de alterações é maior a partir dos 35 anos por causa do envelhecimento dos óvulos, que implica maiores chances de erros durante a divisão celular”, explica Burlacchini. E, claro, as gestantes mais velhas não podem esquecer as causas de malformações que são comuns também às mais jovens. “A obesidade, por exemplo, pode alterar o metabolismo feminino, o que também aumenta o risco de erro na divisão celular. Outros problemas, como exposição ao fumo e álcool, estresse e deficiência de vitaminas podem prejudicar a formação do feto”, alerta o médico.

RISCOS CONTORNÁVEIS
Os riscos da gravidez tardia, no entanto, podem ser contornados com um acompanhamento pré-natal adequado e com a adoção de cuidados adicionais com a saúde da gestante – quanto mais saudável estiver a mulher, maior a chance de que os nove meses de gestação transcorram com tranquilidade.
Os cuidados com a alimentação, com o ganho de peso e com as doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, devem ser intensificados. Também é importante ficar atento a problemas na tiroide, que são mais comuns em pessoas acima dos 35 anos e podem interferir na gravidez. É fundamental que o diagnóstico de hipotiroidismo, por exemplo, seja feito logo no início da gestação, pois a falta de hormônios tiroidianos pode afetar o desenvolvimento do bebê, provocando retardo mental e atraso no crescimento.

Riscos podem ser contornados com acompanhamento adequado e a adoção de cuidados adicionais com a saúde da gestante.
 
Para identificar essas doenças, no entanto, não é necessário mais do que exames comuns de pré-natal, indicados pelo médico. Entre a 20a e a 24a semana de gestação, também é recomendável verificar a medida do colo do útero, por meio de uma ultrassonografia transvaginal, que permite estimar o risco de parto prematuro, maior nas gestações tardias. A medida deve ser repetida a cada 15 dias.

Outros procedimentos, como a biópsia do vilo corial e a amniocentese, são solicitados pelo obstetra em casos especiais, quando há suspeita de alterações cromossômicas causadoras de síndromes genéticas. “A paciente não deve decidir sozinha se vai ou não fazer esses exames. É preciso discutir com o médico a necessidade de sua realização, principalmente se for positivo o resultado do rastreamento combinado para cromossopatias – exames bioquímicos realizados no sangue, juntamente com uma ultrassonografia morfológica que verifica a medida da translucência nucal”, explica Mario Burlacchini.

SENSIBILIDADE À FLOR DA PELE
Cuidar do equilíbrio emocional é outra atenção necessária no período pré-natal. “A gravidez na maturidade provoca muita ansiedade na futura mãe, pelo menos até os primeiros exames confirmarem que está tudo bem com ela e o bebê”, diz Daniele Nonnenmacher, psicóloga.
Outros fatores contribuem para o nível de ansiedade da gestante. “As circunstâncias em que ocorre a gravidez – se era desejada, planejada, se foi festejada e recebida com felicidade pela família, se é a primeira, se é de gêmeos, se aconteceu após abortamentos de repetição ou tratamentos de fertilização desgastantes, se o ambiente familiar é estressante – interferem consideravelmente na ansiedade da gestante”, afirma a psicóloga. Daniele acrescenta que a ansiedade da mulher também pode vir da insegurança sobre o futuro de sua carreira profissional e sobre como conciliá-la com o papel de mãe. “Aos 25 anos, o pós-parto assusta porque a futura mãe não sabe se vai se sair bem nos cuidados com o filho, se será uma boa mãe e se vai ter estabilidade financeira para criar o bebê.
Aos 35 ou 40 anos, a mulher tem mais estabilidade financeira e sabe que vai desempenhar bem a maternidade, mas não tem certeza se conseguirá ser reinserida no mercado de trabalho no mesmo patamar de antes”, diz a psicóloga. Apesar das inseguranças, as mulheres que engravidam depois dos 35 anos costumam se informar sobre os riscos e têm consciência da importância de seguir o pré-natal corretamente. “São mulheres ansiosas, mas que habitualmente se cuidam melhor e curtem muito os nove meses, acham tudo lindo, desejam amamentar e vivem nesse momento a melhor fase de suas vidas”, diz Roseani Mattar.

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